Por que o nome de Rodovia Ayrton Senna? Quem teve o privilégio de acompanhar a carreira de Ayrton Senna sabe que a destreza e velocidade incomparável deste piloto brasileiro foram sua principal marca. Numa época conturbada de transição na política brasileira, Ayrton era o atleta vitorioso no qual os brasileiros se espelhavam e diziam com orgulho que ele também era filho da nossa terra.

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Quando o dia primeiro de maio de 1994 chegou, muitos achavam que aquele era mais um dia para torcer e ver a bandeira do Brasil novamente no alto do pódio. Mas a curva Tamburello encurtou a vida de Senna e uma estrada que, coincidentemente se chamava Rodovia dos Trabalhadores, data comemorada no dia 1ª de maio, passou dali em diante a levar o nome do grande ás do automobilismo.

Mas a história de Ayrton Senna e da rodovia que leva seu nome tiveram inícios totalmente opostos: quando ela foi pensada, ninguém nunca iria imaginar que seus caminhos um dia iriam se cruzar.

Quando a Rodovia Ayrton Senna foi idealizada, era época do regime militar. O período em que o país se tornou canteiro de obras era, na verdade, o momento em que se descobriu que era preciso criar novas ligações entre as cidades. Estradas de terra inviabilizavam o escoamento agrícola e caminhões atolavam com produtos perecíveis trazendo prejuízo desnecessário; no caso da Rodovia Ayrton Senna, o problema era outro: o tráfego intenso criava congestionamentos na Rodovia Presidente Dutra, principal ligação entre a capital paulista e o Estado do Rio de Janeiro.

Com a concessão firmada em 1979, era questão de tempo para o início da construção de uma nova rodovia. Ainda no perímetro de São Paulo, a obra passou por planejamentos ambientais para que não afetasse os pântanos do Parque Ecológico do Tietê.

Em 1982, ocorria no bairro da Penha, em São Paulo, uma intensa movimentação de tratores. No final da Marginal Tietê se iniciavam as obras para a então rodovia Via Leste.  Com o tempo recorde de 22 meses, em 1º de maio era inaugurada a Rodovia dos Trabalhadores. A Rodovia, que trocou de nome pela data ser corresponde ao trabalhador, tinha extensão inicial de 50 km e era a ligação entre a capital e a cidade de Guararema.

Hoje é difícil imaginar que no trecho atual da Rodovia Ayrton Senna não existia nada. Se atualmente o trânsito pode ficar lento, imagine então quando somente havia o acesso pela Rodovia Presidente Dutra. Os engarrafamentos eram quilométricos e a zona leste de São Paulo, que se desenvolvia a passos largos, necessitava de novos acessos a estes bairros. Com a implantação do Aeroporto Internacional de São Paulo em Guarulhos, alguns anos depois ficou ainda mais evidente a importância que a Rodovia Ayrton Senna teve para região.

E foi pelo Aeroporto Internacional de Guarulhos que Ayrton Senna voltou definitivamente para o Brasil. Através da então Rodovia dos Trabalhadores, foi iniciado o cortejo fúnebre e os brasileiros puderam dar o último adeus ao seu herói. A via se silenciou como nunca antes havia acontecido e do alto de viadutos, pontes, acostamentos e ruas os brasileiros viram passar o carro de bombeiros que trazia aquele que representava a esperança brasileira. A Rodovia Ayrton Senna a partir daquele dia modificava a sua história e, como numa licença poética, mudava o nome para homenagear o símbolo dos trabalhadores brasileiros.

Viajando pela Ayrton Senna

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By João Paulo Chagas – Own work, CC BY-SA 3.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=4334704

Por ser uma rodovia radial, a nossa viagem começa saindo da Marginal Tietê, na capital paulista. Você pode pegar um pouco de congestionamento dentro da cidade, pois assim é São Paulo. A paisagem é o reflexo da cidade: o mar de concreto aos poucos vai desaparecendo e o verde modifica o tom da paisagem.

Com quatro faixas em cada sentido (na intersecção com a Avenida Pres. Dutra, passam a ser duas faixas), bom asfalto e sinalização satisfatória, a Rodovia Ayrton Senna é ótima para se dirigir quando não está congestionada. No acesso ao aeroporto, a pista ganha uma nova faixa e o asfalto começa a apresentar buracos.

São Paulo tem a característica de ter cidades bem distantes umas das outras; dessa forma, você dirige tendo como companheiros de viagem as árvores e os morros. Do início até o final, a única cidade no caminho é Itaquaquecetuba.

Você Precisa Saber

dois pedágios na rodovia; no km 33, em Itaquaquecetuba, o valor é até baixo em comparação com outras praças: R$2,60. Mais à frente, no quilômetro 58, está o segundo pedágio, a R$ 2,40.

Em dias de chuva, a serração é muito forte, deixando o nível de visibilidade baixo. Os motociclistas que gostam de trafegar nestas pistas de alta velocidade, que são quase um tapete, precisam tomar cuidado para não deslizar. A maioria dos guard rails no Brasil são verdadeiras guilhotinas para eles.

Paralelamente a este trecho, está a Rodovia Presidente Dutra. O motorista que está saindo de São Paulo pode até escolher entre qual via prefere viajar, pois há interligação entre ambas, tanto no trajeto inicial quanto no seu final.

Pelo site da concessionária responsável pela rodovia, dá para ter imagens em tempo real da situação do trânsito. Dessa forma, você pode ver qual o melhor caminho a seguir: pela Ayrton Senna ou Presidente Dutra.

E você, já trafegou pela via? Qual a sua impressão sobre ela? Compartilhe a sua opinião na nossa caixa de comentários!



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