Esta magnífica estrada cênica é um dos mais ricos roteiros turísticos brasileiros, tendo passagem por um local que já abrangeu mais de 178 povoações. Uma localidade que proporciona a vista de belíssimas paisagens urbanas e naturais. O trajeto turístico da Estrada Real se refere ao trecho aberto na época do Brasil Colônia para ligar a região das Minas Gerais, onde recentemente havia sido descoberto ouro e diamantes, ao litoral brasileiro.

Sua denominação se dá com o significado de “caminho oficial”, pois na época, qualquer abertura ou utilização de outras vias constituía crime de lesa-majestade. Dessa maneira, o único trajeto permitido para o acesso à capitania mineira era o mencionado.

O percurso turístico é dividido em 3 trajetos principais, onde a beleza e a riqueza cultural e histórica irão lhe surpreender.

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Trilha e Ecologia – Estrada Real

Caminho Velho

O chamado Caminho Velho remonta uma antiga trilha indígena, utilizada pelos Guaianás, para unir a cidade de Paraty ao vale do rio Paraíba. Este caminho que atravessa a serra do mar foi o primeiro à ser aberto em direção as minas do Brasil Império.

O seu trajeto alcançava o município de Cunha (na época, vila do Falcão), de onde descia até o vale do rio Paraíba (Guaratinguetá), prosseguindo até Ouro Preto, que na época era conhecida como Vila Rica.

Este trajeto de cerca de 1200 km era percorrido em 95 dias por escravos, comerciantes e colonizadores, que desciam as montanhas em tropas de burros e mulas, carregando as riquezas das minas para o continente Europeu. Pelo caminho inverso chegam a arte e a cultura, para criar uma nova civilização no alto das serras.

Este primeiro caminho foi considerado uma rota precária e insegura, principalmente devido à seu trecho marítimo, que deixava as embarcações sujeitas à ataques de corsários.

Foi então autorizado pelo imperador, a abertura de um novo trecho mais elaborado.

Com sua conclusão, o trânsito pelo Caminho Velho foi então proibido.

Este é um dos mais recomendados trechos por possuir as mais belas paisagens, com vistas para diversas cachoeiras e passagem por belíssimas cidades como São João del-Rei e Tiradentes.

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Totem representativo com o mapa e emblema da Estrada Real – Por Fernando Souza – Attribution 2.0 Generic (CC BY 2.0) – Flickr

Caminho Novo

A abertura da nova via ficou a cargo do bandeirante Garcia Rodrigues Paes, filho de Fernão Dias, que após diversas dificuldades, conseguiu concluir a picada de pedestres, posteriormente ampliando o caminho para animais de carga e conduções.

A viagem pelo Caminho Novo começava em embarcações à vela, no centro histórico da cidade do Rio de Janeiro, no antigo Cais dos Mineiros.

Depois de uma escala na Ilha do Governador, seguia-se navegando até o fundo da Baía de Guanabara, adentrando-se pelo rio Iguaçu e depois pelo seu afluente, o rio Pilar, percorrendo um total de doze quilômetros em rios.

Os viajantes desembarcavam então no Porto de Pilar do Iguaçu, e seguiam seu caminho a pé ou a cavalo até a vila de Xerém.

Era então iniciada a parte mais perigosa do trajeto. A subida da serra de Xerém até Paty dos Alferes era extremamente íngreme. Ali, cargas eram perdidas, mulas despencavam vários metros até o chão, e homens ficavam seriamente feridos. Além disso, nesta localidade era muito comum o ataque de índios e bandidos.

O caminho descia a serra pelos atuais distritos de Avelar e Werneck até cruzar o rio Paraíba do Sul, seguindo então até Juiz de Fora e posteriormente a cidade de Ouro Preto.

A partir da cidade de Ouro Branco, era permitida a utilização de um trecho do Caminho Velho, que se encontrava com o Caminho Novo.

Durante todo o trajeto, é muito importante ter consciência ecológica!

As grandes montanhas e cerras, além das maravilhosas cachoeiras, com certeza irão encantar seus os olhos. Não deixe de visitar a Serra de Ouro Branco, e aproveitar todas as cachoeiras da região.

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Cachoeira dos Macacos – Por Glauco Umbelino – Attribution 2.0 Generic (CC BY 2.0) – Flickr

Caminho dos Diamantes

O percurso desse caminho ligava a cidade de Ouro Preto à sede do distrito diamantífero, o Arraial do Tijuco, atual cidade de Diamantina, que era o ponto mais extremo da região de mineração.

Por estas vias se dava o abastecimento da região diamantífera, a imigração e o escoamento da sua produção mineral.

Esta rota passa por diversas cidades, que se formaram com o desenvolvimento graças à estrada.

Entre elas, está a Vila do Ribeirão do Carmo, passando por Catas Altas, Santa Bárbara, Conceição do Mato Dentro e Vila do Príncipe. Essa é a região que menos se modernizou e se industrializou, conservando muitos aspectos e costumes rurais, sabores e tradições de Minas Gerais.

Uma dica é a visita ao Parque Nacional da Serra do Cipó, onde está uma das mais belas paisagens naturais de todo o percurso.

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Caminho dos Escravos, próximo ao Parque Nacional da Serra do Cipó – Por Glauco Umbelino – Attribution 2.0 Generic (CC BY 2.0) – Flickr

O Inesquecível

Além dos diversos pontos cênicos de tirar o fôlego que o percurso proporciona, um atrativo imperdível da viagem é aproveitar para saborear os diversos pratos típicos da região, que são servidos em restaurantes que garantem a sua satisfação e prometem elevar seu nível de exigência, pois segundo eles, “um almoço mineiro ninguém esquece!”.

Outro ponto para se prestar atenção é o artesanato da região, que é reconhecido internacionalmente por sua beleza e criatividade. As mais belas peças são produzidas pelos moradores da região, que com muito carinho transmitem todas as suas vivências para esses itens únicos que podem incrementar a decoração de sua casa com uma classe tradicional brasileira.

O Carro Ideal

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Por Guilherme Mölter (Trabalho próprio pelo carregador) [CC BY-SA 4.0], undefined

Por possuir diversos trechos de terra e pedras, o ideal é que se alugue um carro maior e próprio para esse tipo de terreno, ou uma caminhonete.

Esta região é uma das melhores áreas para a pratica do offroad, mas é sempre importante se preocupar com a integridade do veículo, mesmo nos trechos considerados pelos aventureiros como mais leves.

A viagem em muitos pontos exige um tanto de paciência, pois tem trechos de velocidade sugerida de 25km/h, mas a intenção desse trajeto é o contato com a majestosa natureza que promete lhe envolver de uma maneira à derreter todos os seus problemas.



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